terça-feira, 29 de março de 2011

Trilhões em marcas


Tão facilmente podemos mensurar valores de bens materiais como máquinas, veículos ou até mesmo galpões, terrenos e imóveis em geral. Mas e quando se trata de uma marca, todo executivo está pronto para responder à uma oferta de mercado?
Muitas empresas já entenderam que os consumidores de hoje estão dispostos a pagar mais caro em produtos similares, desde que estes concirnam a marcas que lhes propiciem status ou qualquer outro diferencial tornando-os satisfeitos. Fácil então entender porque as marcas nas empresas são ativos que devem ser geridos minuciosamente.
Segundo o ranking das 100 marcas mais valiosas do mundo em 2010 apresentado pela Brandz, a soma dos valores dessas presentes totaliza US$ 2.04 trilhões, consequência de um aumento de 40% nos últimos 5 anos.
Em destaque temos o setor da tecnologia, que se apoderou das quatro primeiras posições, uma tendência previsível considerando que cada dia mais cedo os jovens fazem uso de produtos eletrônicos e correlatos. Além disso, há um aumento da população da segunda juventude (terceira idade) que se propõe a fazer uso de alguns desses nossos modernos recursos, apesar de não ser o target do segmento. Essa é uma tendência dominante do século XXI, seja quando tratamos de B2B ou B2C, em outras palavras quero dizer que esta é uma categoria que tem grande presença em nossas vidas, seja no âmbito pessoal ou profissional
Assim como esperado, a Google manteve sua primeira posição sustentando um crescimento de 14% do valor da marca em relação ao ano anterior, o que pouco é quando comparado aos 200% de aumento dos últimos 5 anos. IBM, Apple e Microsoft são as empresas que conquistaram respectivamente a segunda, terceira e quarta posição.
As grandes marcas Visa e Mastercard de fato surpreenderam, onde ambas obtiveram crescimento acima de 50%, enquanto outras como Disney, Toyota, Porsche, Nokia e Intel despencaram em relação ao ano de 2009, mas de qualquer forma mantêm-se presentes entre as 100 mais valiosas.
Nesta  batalha subterfúgios materiais pouco valem quando temos evidenciado que atributos intangíveis são altamente relevantes no processo de reconhecimento do valor da marca, dentre eles é possível destacar a cultura, política, status oferecido, etc.
Para visualizarem o ranking acima mencionado, bem como seu relatório completo acessem o site da Brandz: http://www.brandz.com/ 


“A marca de uma empresa não pertence à empresa propriamente dita, e sim aos seus clientes”. (Autor desconhecido)

Obrigado !

quinta-feira, 17 de março de 2011

No curto prazo um desastre seguido de impactos de alta amplitude. No médio prazo uma demonstração de alento e preparo


Vivemos em um país cuja extensão territorial está na casa dos 8,5 milhões de km², seguidos de mais de 190 milhões de habitantes, isto é, possui uma área aproximadamente 2000% superior a do Japão, além de uma população maior em cerca de 50%.
Se já não bastasse essa discrepância, é claro que o Brasil também é dotado de recursos naturais e minerais que superam intensamente os trazidos pelo Japão, além da ausência de alguns fenômenos avassaladores como o terremoto recentemente enfrentado pelos japoneses.
Apesar de tais desvantagens, o país oriental avistou na tecnologia uma alternativa estratégica para se destacar meio a uma esfera tão competitiva, já que apresenta carência no que diz respeito aos recursos acima mencionados. Este é um incorrido que nos faz concordar em gênero, número e grau com Michael Porter, onde este narra que a prosperidade de um país não é herdada, e sim criada. Esta foi a sacada de sucesso do Japão: criar oportunidades embasadas no avanço tecnológico a fim de compensar a deficiência de determinados recursos de ordem não controlável.
Ponderando tais fatos, é notório que o Japão apresenta um grande potencial para se recuperar em uma velocidade no mínimo mediana, já que financeiramente encontra-se estruturado de maneira considerável graças aos seu desempenho econômico nos últimos anos.
Apesar desta possibilidade de recuperação acelerada a qual o Japão está propenso, o Brasil e outros países devem estar preparados para sofrer impactos dessa crise, pois apesar do setor industrial não ter sido afetado fisicamente, muitas empresas pausaram suas atividades. Para que entendam a magnitude da situação posso citar exemplos de multinacionais como Toyota, Toshiba, Panasonic, dentre outras grandes organizações que sofreram com este choque ao ponto de terem de fechar suas unidades.
Ante tais episódios, é natural a existência de certa apreensão por parte dos países que com este estudado possuem relações comerciais, visto que a atual dificuldade enfrentada pelas fábricas consequentemente permeará para as importações e exportações. É fácil percebermos a relevância que este país possui na conjuntura econômica mundial, consolidada a um preparo que o mostra maduro em sua ações de economia de energia, consciência em relação aos alimentos, água e afins.
Gostaria de deixar uma pergunta para que cada um meditasse um pouco a respeito do tema proposto: qual resultado seria obtido se trocássemos os recursos pertencentes aos países aqui comparados? Quero dizer, como seria se o Japão passasse a ter um território 20 vezes maior, incluindo recursos naturais e minerais, além do número de habitantes 50% acima do atual, propiciando maior número de profissionais no mercado?
Muitos dirão que teríamos um disparo no desempenho de sua economia. E por que no Brasil não ocorre o mesmo? Corrupção, má administração ou ambos? Imaginem então o oposto: nosso país com território e população reduzidos e carente de nossas commodities que apresentam expressiva participação na balança comercial.

terça-feira, 8 de março de 2011

Tendências demográficas brasileiras: risco econômico ou apenas uma mudança de perfil no mercado consumidor?


Nos últimos 30 anos o Brasil sofreu um aumento de alta magnitude em sua população ativa, ou seja, os habitantes que estão aptos a trabalhar e contribuir com a economia do país. Para exemplificar podemos analisar a pesquisa realizada pelo IBGE que aponta um crescimento de 100% da população com 30 anos entre os anos de 1980 e 2010.
Ao tratar deste cenário isoladamente, é possível diagnosticar um quadro positivo, visto que ao decorrer destes anos o Brasil passou a contar com um número maior de pessoas hábeis a exercerem atividades que contribuam com a conjuntura econômica local, eximindo-se então da possibilidade da escassez de mão de obra ou até do aumento de estrangeiros trabalhando no país.
Acredite, esta é uma onda que o Brasil vem “surfando” nos últimos anos, mas este panorama irá mudar, já que estamos novamente rumando para uma situação inversa. Explorando ainda os dados publicados pelo IBGE, a projeção é que nos próximos 40 anos a população ativa caia de maneira significante, aumentando e muito o número de habitantes na “segunda juventude” (terceira idade). Partido do mesmo exemplo utilizado acima, entre 2010 e 2050 haverá uma redução de 30% da população com 30 anos, enquanto a população com idade de 65 anos aumentará cerca de 310%.
Eis então a questão: qual o impacto deste possível acontecimento para a economia da nação?
A princípio fica clara a grande probabilidade de ocorrer um desequilíbrio na oferta de mão de obra brasileira, podendo torná-lo propício à entrada de profissionais de outros países. Além disto, há uma série de outras consequências que podem permear pela economia, como escassez de crédito (em função dos idosos pouparem menos por ganharem menos), redução no consumo, impacto no PIB, dentre outras.
Considerando tal disposição que existe em ocorrer um enxugamento de oferta de mão de obra e da população economicamente ativa em geral, vale dizer que possivelmente teremos uma grande mudança no perfil de consumo. Se hoje temos um grande volume de vendas no setor de automóveis, bebidas, etc., devemos trabalhar com a possibilidade de no futuro estes números serem transferidos para o mercado de medicamentos, por exemplo, ou qualquer negócio que tenha como público alvo a população acima dos 65 anos.
Fica aqui então uma luz que pode ajudar a clarear neste futuro onde nossos filhos serão “a bola da vez” do cenário de negócios: apesar de existir uma tendência ao desfavorável, destacar-se-ão os que conseguirem transformar tal acontecimento em oportunidades, como oferecer serviços para atender as necessidades e desejos desse público que será o predominante na ocasião.

Fonte:IBGE - Projeção da População do Brasil por sexo e idade: 1980-2050 - Revisão 2008. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_populacao/2008/default.shtm